giovedì 21 giugno 2007

Irracionalidade

Após alguma ausência deste espaço, para onde tento trazer sempre coisas agradáveis e que consigam mitigar o stress e angustias do dia a dia, deparo-me com a vontade premente de vos relatar um episódio de irracionalidade, falta de tolerância, falta de civismo e má conduta em que me vi envolvida.

Tendo eu sido contactada por moradores de um dos prédios dos quais sou administradora, devido à avaria do portão da garagem, lá me dirigi com o propósito de resolver a situação.

Comecei por colocar avisos onde explicava a situação, pedindo desculpas pelo incómodo e prometendo uma rápida resolução, quando, na garagem fui abordada por uma “menina” que depois de me pedir a minha identificação, me proferiu as seguintes palavra: “Então se é da Administração, abra o portão imediatamente porque eu quero sair já.” Hesitei e pensei, não devo estar a ouvir bem, deve ser da hora tardia (22H + ou -)….
Olhei para a “menina” e respondi: “O portão está avariado, estamos a tentar solucionar o problema o mais rápido possível. Tente abrir o portão manualmente.” Resposta: “Eu não, abra-o você que é para isso que eu pago os seus serviços”.

Posto isto disse-lhe que não compreendia a agressividade e a falta de educação, ao qual reforçou a sua falta de civismo ao responder que ela falava como bem entendia.

Assim, virei-me para a “sicrana” e disse-lhe então que continuasse à espera, que eu ia chamar alguém que a pudesse auxiliar uma vez que o companheiro, que até ao momento se manteve distante e calado, não o conseguia fazer e por isso com certeza eu também não.

Lá fui. Chamei o colega que me acompanhava e este lá se deslocou à garagem para falar com os 2 moradores, tendo a “fulaninha” recebido a sua tentativa de ajuda com duas pedras na mão, dizendo ao seu companheiro que não ajudasse na tentativa de abertura do portão (o qual obedeceu cegamente, qual cãozinho bem treinado) falando ao mesmo tempo que o meu colega tentava dar a explicação e utilizando as seguintes expressões: “quando um Burro fala o outro baixa as orelhas”, graças a Deus que pelo menos isso, ela reconhecia.

Mas o melhor vem a seguir. Não contente, disse que ia chamar a polícia. Hummm! Aí eu fiquei com medo, muito medo e pensei “agora sim, estou em risco de ir presa por não conseguir abrir um portão avariado”, acho que daqui se pode tirar já uma ilação, a “histérica” quando não comia a papa os paizinhos, que lhe deram esta primorosa educação, diziam-lhe “olha que chamo o Sr. polícia”.

Mas continuando, a “neurótica” pega no seu Telele e inicia uma conversa com alguém a quem diz que estava na garagem, que estava um senhor que ela não sabia quem era a tentar abrir o portão e que estava a ser ameaçada…

ORA, NESTE MOMENTO PASSEI-ME!!!! ATÉ UM SANTO TEM O SEU LIMITE! Isto já não era falta de Educação, falta de cultura, falta de civismo e de todos as outras coisas em falta que a mocinha revelava, isto era falta de princípios, de moral, de escrúpulos e estupidez da mais pura.

Intervim, disse que nos tínhamos identificado e que ninguém a tinha ameaçado, pois até aquela altura quem nos tinha ameaçado era ela. E já que assim era, que tinha passado todos os limites do razoável, para além de ser uma grande mentirosa, que não ouviria mais nenhum tipo de explicação da nossa parte e que agora quem ia chamar a polícia era eu, acabando a conversa por ali.

Assim foi. Já na porta da entrada do prédio passado alguns minutos, lá passa por nós o casal maravilha a Sra. “Falta de Bom Senso” e o Sr. “Deixa-me Estar mas é Calado Antes que Sobre para Mim”, com os olhos em baixo, sem nos encarar, o que revela mais uma vez a sua falta de carácter.

Concluindo lá foi o portão arranjado, lá apareceu a polícia. Claro que depois da situação reparada o casalinho não sentiu necessidade de fazer queixinhas aos senhores agentes, que até estavam muito sensibilizados com a desgraça da desgraçada neurótica “Floribela”. Entre um “estava nervosa”, “são coisas que acontecem a qualquer um de nós”, “tinha um familiar doente”, familiar esse que estava tão doente e que a preocupava tanto que nem a ajuda do companheiro a rapariga autorizou para tentar resolver a situação mais rapidamente, e convenhamos, “acontece a qualquer um de nós” que não tenha educação e cuja moral e formação esteja severamente ferida de inexistência.
E haviam de ver a cara da sonsa, parecia que a tinham atropelado. Falsa. É nestes momentos que uma câmara de vigilância com som faz falta.

É por estes exemplos de género feminino que quase consigo desculpar a violência doméstica….

Para além de uma agravante. A mocinha dentro do seu veículo automóvel, que estava à frente do portão, revelou ter acesso ao Código Civil. Para mim isto ainda foi mais triste. Eu que pertenço à classe, que escolhi este métier, que defendo a imagem muitas vezes deturpada que insistem em fazer dos juristas em geral, compreendo agora a mistura no “mesmo saco”. Se este é o tipo de educação dos formados em Direito que saem das nossas faculdades, coitados dos clientes. Só demonstra que a formação académica não dá a Educação. E afirmo a esperança de que seja apenas uma curiosa em questões jurídicas.
Se não for o caso aqui ficam umas coisinhas que só se aprendem na Ordem dos Advogados. Os advogados devem ter especial acuidade na profissão e fora dela, principalmente quanto aos deveres de urbanidade e de probidade e um outro ainda, para nós especialmente importante: o dever “de consciência moral".

Mas isto sei que é um mero exemplo da nossa civilização actual, e começa logo na escola… Onde alunos agridem verbal e fisicamente os professores, e ainda são muitas vezes coadjuvados pelos paizinhos que, sabendo dos defeitos dos seus rebentos, ainda culpam e perseguem os professores. A minha verdadeira esperança é que essas agressões aconteçam em casa também. Devem sentir o que é estarem no local de trabalho, a tentar dar mais valias e instrumentos a mentes que ainda não conhecem o mundo, e sentirem a falta de educação e de segurança, para além de não poderem responder na mesma moeda por profissionalismo, tendo ainda que enfrentar os “paninhos quentes” das instituições empregadoras, as quais deviam ter um papel decisivo para garantirem a segurança no local de trabalho. Vergonhoso.

A falta de educação é uma coisa triste. Quando a negamos a alguém estamos a cometer um acto de agressão. É lamentável que haja pessoas que a pretexto do insulto gratuito, assente na maior parte das vezes na mentira e na prepotência, agridam e julguem outros que nem conhecem, exibindo assim a sua ignorância, a sua falta de moral e de educação.